Tarifaços de 200%. Que culpa a população tem?

imposto_img

Com muito prazer saúdo a chegada de um portal conservador para tratar das notícias locais em São Lourenço do Sul. Desejo vida longa ao SLS Livre, Cleber, e demais membros. Agradeço desde já a oportunidade de contribuir falando da política local, como formador de opinião neste espaço.

O segundo mandado da gestão Pedetista em São Lourenço do Sul não começa muito diferente do primeiro. Assim como em 2017, o Prefeito Rudinei escolhe como uma prioridade o aumento de diversos tributos municipais no primeiro ano de governo. É sabido que o mesmo tem fama de mal articulador político, o que para ele próprio não é um problema, pois na eleição, conseguiu justificar o péssimo relacionamento com o legislativo vendendo o discurso populista de que ‘’não se curvou à velha política lourenciana’’, e valendo-se da repulsa popular ao Partido dos Trabalhadores, conseguiu mais um mandato como Prefeito.

Pois bem, não era se reelegendo que ele ia pensar em corrigir o rumo da locomotiva para fazer um governo melhor. No entendimento do próprio Prefeito, seu primeiro mandato foi ‘’excelente’’, e exclusivamente por conta disso, foi agraciado pelas urnas com uma expressiva vitória. Além disso, a amostragem de Prefeitos reeleitos em São Lourenço do Sul não é boa, os dois últimos que se reelegeram, Dari Pagel – PP e Zé Nunes – PT, fizeram um segundo mandato pior do que o primeiro, mas não viemos aqui para aprofundar este assunto, como crítico da reeleição, desejo dedicar outro momento a este tema.

Para fazer uma discussão aprofundada, é necessário ressaltar que os tributos municipais acompanham os reajustes anuais do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), fazendo com que ao menos a inflação (ou parte dela) seja reposta. Outrossim, devemos lembrar que assim como os salários, essas tarifas podem defasar por várias razões mas, cabe fazer um questionamento que vai ao encontro ao título deste artigo. A população tem culpa quando governantes deixam defasar as tarifas municipais ao ponto de receber um tarifaço de 200% em meio a uma pandemia?

O camarada que paga 500,00 de IPTU, vai concordar em pagar 1.500,00? Qual o impacto de um aumento dessa magnitude? Pode causar em um aumento dos devedores de IPTU no município? São essas perguntas que devem ser respondidas antes de resolver o problema arrecadatório com uma simples reposição numérica através de um projeto.

Não obstante o forte reajuste, são frequentes as reclamações dos moradores sobre recolhimento de lixo, entulhos, e a iluminação pública, justamente os serviços em que o Governo direcionou o tarifaço, além disso, o produtor rural têm sofrido com as péssimas condições de estradas, pontes e pontilhões, exatamente em um período de escoamento de safra.

As horas extras para operadores de patrola ficaram apenas para o período eleitoral. Outro ponto muito importante pesa sobre os aumentos, o fato deles não terem tido um espaço nas cento e vinte metas do prefeito durante a campanha eleitoral.

Por fim, cabem vários questionamentos ao Executivo sobre esses serviços: O que foi pensado pela gestão para dar mais eficiência nessas áreas antes do tarifaço? A execução desses serviços não precisa passar por uma reforma para o barateamento do custo? O que a gestão pensa sobre a concessão dessas atividades? São inúmeras as alternativas antes de conversar sobre o aumento das tarifas. Tocar no bolso do contribuinte deveria ser a última opção que o gestor público deveria pensar, tão importante quanto fechar as contas da Prefeitura, é prestar serviços públicos de qualidade.

Torcemos para que a lucidez venha por parte da Câmara de Vereadores, e que os parlamentares rejeitem integralmente esses reajustes abusivos.

Guilherme Roveré Soares
Historiador colaborador do SLS Livre

Deixe uma resposta